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#8 - Fintechs solucionando problemas para grandes empresas

  • Foto do escritor: Debate no Café
    Debate no Café
  • 27 de abr.
  • 4 min de leitura

Em mais um episódio imperdível do Debate no Café, Márcio Oliveira e Thiago Pierozzi recebem Rafael Stark, fundador e CEO do Stark Bank, para uma profunda conversa sobre o mercado financeiro em transformação. Rafael, engenheiro formado pelo ITA com passagem por Stanford e alumnus da renomada aceleradora Y Combinator, compartilha sua visão e experiência na vanguarda da inovação bancária.


O episódio começa explorando os conceitos que estão moldando o futuro dos serviços financeiros: Open Banking, Banking as a Service (BaaS) e o impacto do Pix. Rafael desmistifica o Open Banking, explicando que, no fundo, ele é uma aplicação do conceito mais amplo de "Open Core", onde o cliente é o verdadeiro dono dos seus dados e tem o poder de decidir com quem compartilhá-los, assim como já acontece ao logar em sites com redes sociais como o Facebook. A tecnologia por trás dessa troca de informações são as APIs, que permitem a comunicação automática entre empresas.


A conversa avança para a maturidade do mercado brasileiro para essa mudança. Rafael destaca o papel fundamental do Banco Central em impulsionar a adoção do Open Banking. Ele relata sua própria dificuldade em integrar sistemas financeiros tradicionais ao fundar o Stark Bank em 2018, uma experiência que o motivou a criar uma solução mais fluida e aberta, semelhante às integrações com grandes empresas de tecnologia. Apesar dos avanços, ele considera que o mercado, incluindo empresas e pessoas, ainda está nos estágios iniciais de compreensão e aproveitamento do potencial do Open Banking.


Um dos pontos centrais abordados é o desafio para novas empresas, como o Stark Bank, ao competir com grandes bancos já estabelecidos. A maior barreira, segundo Rafael, é a confiança. Para superá-la, o Stark Bank se concentra em construir um produto que não seja apenas "um pouquinho melhor", mas sim "dez vezes melhor" que as ofertas dos bancos tradicionais. Essa abordagem é especialmente crucial para clientes corporativos, que têm mais em jogo e buscam segurança e eficiência operacional acima de tudo.


Rafael explica que o Stark Bank atende a diferentes perfis de empresas. Empresas nativas digitais, como as que buscam se tornar unicórnios (QuintoAndar, Loggi, Buser são citadas como clientes), valorizam a escalabilidade e a capacidade da tecnologia de crescer junto com elas. Já empresas mais tradicionais, como Colgate e Caixa Seguradora, buscam automação para eficiência operacional e corte de custos.


A transformação digital é vista por Rafael não como um modismo, mas como o futuro. Ele alerta que empresas que não a abraçarem correm o risco de serem superadas, citando o exemplo da Blockbuster e Netflix. Um ponto frequentemente negligenciado nessa transformação é a área financeira, o "back office". Rafael ressalta a importância de modernizar o financeiro para garantir a agilidade necessária ao crescimento e à remodelação das empresas.


A discussão também toca no processo de inovação e desenvolvimento de produtos. O foco, para Rafael, deve sempre começar pela necessidade do cliente e a identificação do problema real que precisa ser resolvido, e não pela tecnologia disponível. Engenharia e tecnologia vêm depois, como ferramentas para solucionar essa dor. Ele descreve como o Stark Bank ouve os clientes para entender suas dificuldades, pontua como pode ajudar e, muitas vezes, transforma soluções customizadas para um cliente em produtos que beneficiam toda a base.


Sobre o uso de novas tecnologias, como Blockchain, Rafael reforça que a escolha da ferramenta deve ser ditada pelo problema a ser resolvido. É perigoso adotar uma tecnologia apenas porque está na moda, sem um caso de uso claro. Como engenheiro, ele aprendeu que cada ferramenta tem seus prós e contras, e o desafio é saber qual aplicar em cada situação.


Márcio Oliveira traz dados sobre a inclusão financeira no Brasil, destacando o grande número de brasileiros e empresas sem acesso ou que não utilizam ativamente serviços bancários tradicionais, o que evidencia o enorme potencial de mercado para fintechs e novas soluções.


Ao olhar para o futuro, Rafael prevê um mercado dinâmico onde o novo substituirá o velho se entregar mais valor e acessibilidade. Ele vê o Brasil como um excelente país para empreender devido ao seu tamanho e às ineficiências de players estabelecidos, que criam muitas oportunidades. Identificar essas oportunidades muitas vezes significa olhar para onde as pessoas reclamam; cada reclamação pode ser uma dor a ser solucionada.


Uma parte inspiradora da conversa foca no mindset do empreendedor brasileiro. Rafael critica a mentalidade de "vira-lata" ou "coitadinho" e o foco excessivo em reclamar de impostos e burocracia, em contraste com a cultura americana de buscar a excelência e a ação. Para ele, o maior problema no Brasil é a mentalidade, não o governo ou os impostos. A chave é parar de reclamar e agir, identificar um problema e criar uma solução, juntando pessoas que também se sentem insatisfeitas.


Rafael compartilha sua valiosa experiência no Y Combinator, uma das aceleradoras mais prestigiadas do mundo. Os principais aprendizados incluem: foco absoluto em métricas e resultados, com a meta de dobrar a métrica principal a cada mês. A execução é mais importante que a ideia; o trabalho é descobrir como dobrar essa métrica. Aprender com os acertos e erros de outras empresas que passaram pela YC também é crucial. E, talvez o ponto mais importante, o network. Conhecer pessoas, trocar ideias e construir uma rede de apoio são fundamentais para o sucesso.


A jornada do empreendedor exige resiliência e consistência, pois os resultados levam tempo para aparecer. A ideia, por si só, não tem valor; o valor está na execução. Não ter medo de compartilhar a ideia pode atrair pessoas dispostas a ajudar. É uma maratona que exige esforço contínuo ao longo de muitos anos.


Finalizando o episódio, Rafael reitera a missão do Stark Bank: impulsionar empresas e empreendedores que buscam transformar o Brasil para melhor através da tecnologia. Eles oferecem a infraestrutura financeira necessária para que essas empresas inovadoras cresçam e dominem o futuro do mercado.


Foi uma verdadeira aula sobre o futuro do mercado financeiro, inovação e empreendedorismo!


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